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quinta-feira, 7 de outubro de 2010

A vida aqui é assim…

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Segundo semestre na escola de Teatro Musical. Foi dito que faríamos um musical na apresentação de fim de ano, diferente da apresentação no final do semestre passado que foram apenas Highlights de vários musicais.

Cantei Not For The Life Of Me de Thoroughly Modern Millie que tá no meu TOP 5 de melhores musicais EVER! Meu professor queria me empurrar The Wizard And I de Wicked… Humpf… Wicked. Tão 2003. Enfim. Até que me saí bem, tirando o baby liss mal feito no meu cabelo.

Percebendo que me saio muito bem em musicais a La Old Broadway cruzei os dedos para o que a peça escolhida fosse algo como Kiss Me Kate ou Hello Dolly! Mas até que gostei quando soube que seria Sweet Charity, musical de Bob Fosse baseado em Noites De Cabíria de Frederico Fellini. O fato era: eu iria usar um Chorus Line (o sapato, não o musical) e teria ótimos números…

Claro que a alegria de aspirante a diva da Broadway dura pouco. A turma teve apenas 11 inscritos o que dificultaria muito montar as coreografias. Então foi resolvido que faríamos um musical mais “simples”. E foi assim que começamos os ensaios para Avenida Q (2003 – Robert Lopez & Jeff Marx).

2003. Novamente ele.

O musical é uma paródia ao famoso Vila Sésamo e a alguns personagens de The Muppets. Através de bonecos temas como racismo e homossexualidade são discutidos… Claro… Porque eu nem curto ser uma pessoa vazia e superficial. A primeira coisa que eu pensei sobre esse musical foi: eu faço musicais! MUSICAIS! Homossexuais são os pilares dessa arte! Cole Porter e o casal Richard Rodgers e Oscar Hammerstein são apenas o começo dos exemplos. E quanto ao racismo, racismo é você escolher a ÚNICA menina com olhos LEVEMENTE PUXADOS para obviamente fazer a Japonesa do espetáculo… Sim, senhoras e senhores. Minha mãe é índia, logo nasci com olhos puxados, e DEVIDO A ISSO fui colocada a fazer a japa da peça…

Mas esse não é meu real problema com Avenida Q.

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Os protagonistas: Kate Mostra e Princeton

Adoro as músicas que foram compostas. It Sucks To Be Me, If You Are Gay, Everyone’s A Little Bit Racist e The Internet Is For Porn são apenas as melhores das então excelentes canções de letras rápidas e melodia contagiante. Principalmente porque derivam daquelas músicas para crianças da já citada Vila Sésamo, algo genial em minha opinião.

O problema de Avenida Q são os personagens.

Kate Monstra (baseada na Zoe de Vila Sésamo) é uma ajudante de jardim de infância que se apaixona pelo perdido Princeton, um mauricinho que nada sabe da vida e está procurando o seu rumo. Embora sejam o casal principal eles são inacreditavelmente CHATOS. Seus plots não funcionam, bem como os problemas de relacionamento que enfrentam. Já os personagens humanos, aqueles que não usam bonecos, Japa Neuza (uma psicóloga sem clientes), Brian (seu noivo gordo, bonachão e desempregado) e Gary Coleman (antigo astro-mirim) tem um incrível potencial que é desperdiçado por não terem uma trama definida e só servem de escada para os protagonistas, terminando de maneira forçada e repentina. Os outros personagens servem como elenco de apoio de luxo. Lucy De Vassa é uma cantora de cabaré to-die-for subaproveitada na trama, mesmo tendo um final incrível. Os “Ursinhos Do Mal” são dois ursos de pelúcia deliciosos que adoram dar péssimos conselhos e roubar todas as cenas. Treekie Mostro é o viciado em pornografia da vizinhança, livremente inspirado no Cookie Moster da Vila Sésamo, que faz você ter nojo e afeto ao mesmo tempo.

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Os que roubam a cena: Nicky e Rod

Agora os reais salvadores da peça são Nicky e Rod, baseados em Beto e Ênio, ou como preferir, o primeiro casal gay da televisão. Rod é um banqueiro republicano fã de musicais que não se assume gay. Ele nutre uma paixão secreta por seu amigo e colega de apartamento Nicky, um folgado que vive apenas um dia por vez. O destino dos dois é a jóia de Avenida Q. São os personagens os mais bem desenvolvidos e que crescem durante a peça.

No Brasil Avenida Q já teve dois elencos e atualmente está em turnê pelo país. Diferente dos EUA aqui o personagem de Gary Coleman é vivido por um homem, mas os atores ainda se revezam entre os papéis que tem bonecos.

A minha Avenida Q vai estreitar no final de Novembro, e ainda me resta muito tempo para realmente dizer que gosto desse musical.

Enfim. Avenida Q senhoras e senhores:

Um comentário:

  1. áah Lívia´, mas Avenida Q é tao legal *-* E MÃNO eu adoro o Princeton e a Kate

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