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segunda-feira, 27 de setembro de 2010

The Drowsy Chaperone


Todos temos nossos pequenos amuletos. Eu especialmente tenho vários, resquícios de um passado dedicado a bruxaria natural, o que me tomou uma quantidade absurda de dinheiro em velas perfumadas e inúteis kits de magia.

Com o tempo, e a falta de um emprego, passei a transferir meus pequenos rituais ou supertições para aquilo que parecia ser mais plausível: teatro musical.

Não, não falo em rituais antes de entrar no palco ou coisa do tipo, afinal ainda estou engatinhando no curso de teatro musical. Refiro-me ao fato de atribuir esse ou aquele acontecimento do meu dia ao fato de ter escutado uma música de um determinado musical.

The Drowsy Chaperone (2006 - Bob Martin & Don McKellar) é um desses musicais que eu escuto vontando do trabalho, pq sei que vou enfrenter um trem lotado do Brás até Santo André, e se escutar as músicas certas terei grandes chances de testemunhar um milagre e o vagão que sempre pego esteja menos lotado do que todos os outros. Quantas vezes isso aconteceu? Hã... Bem.... Digamos que está 8 a 5 para o vagão. Mas todos lemos O Segredo (mentira, eu nunca li) e acho que a qualquer momento isso pode mudar.

TDC (The Drowsy Chaperone - meu namorado diz que apenas nerds falam do que gosta através de siglas, eu apenas estou economizando as teclas do meu netbook) concorreu ao Tony Awards de Best Musical, ganhou de Best Book e Best Score, e perdeu para Jersey Boys.

A história é centrada num personagem que atende por Man In The Chair, viciado em musicais, que resolve ouvir o album de um de seus musicais favoritos para fujir de uma noite melancólica. Até tudo bem, afinal quem de nós nunca recorre ao seu musical da Broadway favorito, não é mesmo? Não? Bem... Sugiro que arrume um e comece a recorrer a ele. Musicais são a melhor forma de escapismo já inventada.

Mas o que faz TDC ser tão incrível e inteligente? Primeiro o texto. Man In The Chair é um personagem apaixonante e para mim a identificação é imediata. Não apenas quanto a animação que ele sente quando os personagens do musical começam a aparecer na sua sala de estar, mas quanto aos pequenos detalhes da vida de um viciado em Broadway: cantar trechos de músicas, desculpar-se por qualquer besteira que seu personagem favorito tenha feito, repetir coreografias, soltar a famosa frase "Presta atenção, essa cena é ótima!" e até mesmo se irritar com um telefone tocando no meio de uma canção.

O charme do musical é completado quando os personagens do fictício The Drowsy Chaperone aparecem. Robert Martin e Janet Van De Graff estão prestes a se casar, ele um milionário e ela uma showgirl famosa, mas claro que esse casamento não agrada a todos e gera absurdas confusões que resultam em números musicais hilários. A história se passa na déc. de 20 e todas as canções e expressões são no melhor estilo old Broadway. Um deletei.

O elenco original também é um primor: Sutton Foster, como Janet, em seu segundo papel como uma mocinha dessa década, o primeiro foi em Thoroughly Modern Millie, e Bob Martin como Man In The Chair. Temos também Elaine Paige como The Chaperone na montagem londrinha e Geofrey Rush como Man In The Chair na montagem australiana e agora (rumores, rumores) na adaptação para o cinema.

Agora o que particularmente me faz escutar esse álbum repetidas vezes é a facilidade com que você se apega a esses personagens. O final, prometo que não teremos spoilers nesse blog, me deixa com um leve aperto no coração... O mesmo aperto que todos nós sentimos, fãs de musicais ou não, quando algo muito bom acaba.

Enfim. The Drowsy Chaperone senhoras e senhores:

Um comentário:

  1. Como você faz para transferir a fé?! Antes eram amuletos de bruxaria, agora são em musicais... Como isso acontece?!

    *por favor não leve isso para o lado pessoal, é só uma curiosidade mesmo!

    Um abraço, fique com Deus e sucesso na sua carreira!!!

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